Um para começar - O Nordeste para além do preconceito.


Como é difícil começar algo, começar um texto, começar uma prova, começar a falar, começar a escrever, começar um trabalho, começar um relacionamento, começar. Quando decidi criar esse blog fiquei pensando em uma postagem inicial, como talvez falar um pouco sobre mim ou sobre as pretensões dessa conta, mas deixei essa chatice de lado para dar visibilidade a uma questão de suma importância a ser discutida no país. Hoje tive a sorte de ouvir vivências de três mulheres de fibra, sangue nordestino e coragem de viver.
Uma questão que vem me tirando o sono é o tratamento de uma parte do Brasil com esses brasileiros. Uma coisa é ter uma visão e posição política/partidária, outra imensuravelmente diferente é a disseminação de ódio, preconceito e dependendo do caso, segregação e xenofobismo. 
É preocupante essa onda de violações cometidas à nordestinos. Existe absurdo maior do que pregar a desumanização destes quando dizem que nordestinos não são gente, que não deveriam votar, que são o câncer do país e ainda mais, que são sustentados pela "locomotiva mercadológica e intelectual do Sul/Sudeste" (pausa pra tomar o estomazil). 
Hoje no almoço ouvi as histórias dos sonhos e esperanças que trouxeram essas três mulheres e suas famílias à São Paulo. Como eu tenho orgulho deles! Ignorando os perrengues e dificuldades, foram fortes o suficiente para vencer os demônios da cidade grande. A mãe que para alimentar os filhos dividia entre eles a pouca comida que tinha, misturava com farofa para "pesar no estômago", os alimentava e depois dormia para passar a sua fome. As mulheres que para dar um pouco de conforto para família, improvisavam e faziam colchões com capim. O pai que saia meio a toda diferença, buscar o serviço que fosse, visando o futuro dos seus. 
Não deixem a ignorância e o desrespeito se propagar, para vencermos as dificuldades do nossos país devemos nos aceitar, aceitar que somos um país de muita luta, de muita desigualdade, mas também de muita garra e fôlego para mudança. O país que ignora sua história e cultura é um país em perigo.

Ao som de Baião de Dois de Luiz Gonzaga, dedico essa postagem à nordestinos maravilhosos que tive o prazer de conhecer na vida:
Mariana, maranhense cor de jambo, uma linda feminista e querida amiga, luta pelos direitos humanos
Igo, piauiense arretado, além de um grande amigo, também levanta a bandeira por um Brasil melhor
Anitta, bahiana amorosa, generosidade a define
Ângela, pernambucana querida, uma amiga-mãe 
John, cearense sorridente, ótimo pé-de-serra. 

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